sábado, 11 de agosto de 2012

Rosa amarela







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Não quero ganhar um buquê
todo grandioso e enfeitado
cheio de laços, de fitas

Quero uma flor apenas
uma flor feliz como eu,
pode até ser bem pequena
mas que seja aveludada e viva

Eu prefiro rosa à dália
mas não quero um buquê
quero uma, apenas
buquê vermelho é clichê
e às vezes marca falsidade
mentira, traição
fingidos de amor e paixão.

Então não quero que sejam vermelhas
embora eu goste dos tons carmins.
quero uma rosa aberta, amarela
cor de lua quando nasce
nascendo só para mim.

Uma rosa suave e singela
como é o meu amor
e que tenha  um pingo de orvalho
pra namorar a gota de lágrima
que vai escapulir do meu sorriso
quando eu ganhar uma rosa amarela.

Mas escuta baixinho, por favor
e  não diz ao meu namorado
porque eu quero a rosa, além de amarela,
numa surpresa a luz de velas
com um doce poema enrolado.

Cenas de um feriado

Cheira o pirão na panela
salpicado de coentro
harmonia casa adentro
luz entrando na janela

Som de Xangai pela casa
rede, num balanço lento
o pirão experimento
quente como sol em brasa

À poesia de Cancão
atenção lacrimejada
lembranças refugiadas
no sonho do sabiá

Há som e também silêncio
deste céu azul gigante
que me diz o quanto é grande
esta paz que sinto e penso

Enquanto falam, não ouço
perdida no pensamento
que cristaliza o momento
tão feliz de um mero almoço

(Yvanna Oliveira)