tag:blogger.com,1999:blog-7821443850996129826.post1289829667235984263..comments2022-10-31T06:23:22.443-07:00Comments on Entre Prosa e Poesia: ReflexosYvanna Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12075559857759651819noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7821443850996129826.post-4959164195696255632011-02-03T12:57:47.985-08:002011-02-03T12:57:47.985-08:00"(...)Como nos sonhos,
atrás do rosto que nos..."(...)Como nos sonhos,<br />atrás do rosto que nos contempla não há ninguém.<br />Anverso sem reverso,<br />moeda de uma única efígie, as coisas.<br />Essas misérias são os bens<br />que o precipitado tempo nos deixa.<br />Somos nossa memória,<br />somos esse quimérico museu de formas inconstantes,<br />essa pilha de espelhos rotos."<br /><br />(J.L.Borges)<br /><br /><br />LABIRINTO<br /><br />Não haverá nunca uma porta. Estás dentro<br />E o alcácer abarca o universo<br />E não tem nem anverso nem reverso<br />Nem externo muro nem secreto centro.<br />Não esperes que o rigor de teu caminho<br />Que teimosamente se bifurca em outro,<br />Que teimosamente se bifurca em outro,<br />Tenha fim. É de ferro teu destino<br />Como teu juiz. Não aguardes a investida<br />Do touro que é um homem e cuja estranha<br />Forma plural dá horror à maranha<br />De interminável pedra entretecida.<br />Não existe. Nada esperes. Nem sequer<br />A fera, no negro entardecer.<br /><br />(J.L.Borges)<br /><br />************************************************<br /><br />Fiquei assombrado ao ler "Reflexos" pela primeira vez... <br /><br />Perdoe-me a comparação,Poeta. Mas ao ler o teu poema tão cheio do simbolismo e do arquétipo do "ser perdido em si mesmo", do qual Jung analisára e J.L.Borges tanto apreciava. <br /><br />A comparação que faço é apenas quanto ao tema abordado pelos dois Poetas e não quanto ao estilo, tão diversos que são.<br /><br />Foi quase inevitável lembrar daqueles dois autores, principalmente Borges que tanto escreveu sobre labirintos e espelhos, sua metáfora favorita para esta experiência do vagar perdido em um labirinto da própria mente: o inconsciênte. O sonho. <br /><br />Encerramos uma besta num labirinto de mil voltas, mas de vez enquando queremos olha-la de perto, esta besta é o que Jung chamou de sombra (nossos eus reprimidos) e o labirinto é a nossa própria mente, nossa prisão, da qual não podemos fugir.<br /><br />O espelho, que nos mostra mais do que a nossa própria imagem, nos revela todos os dias aqueles eus que somos e os eus que não queremos ser...<br /><br />Um labirinto feito de espelhos que refletem outros milhares de espelhos e "multi-refletem" outros milhares de eus. <br /><br />Nos sonhos somos inquestionavelmente múltiplos, e nos espanta a nossa multiplicidade quando estamos despertos. Pois como disse a Poeta <br /><br />"-não se pode fugir-<br />milhares de mim se espalham<br /> e olham intrigadas outros milhares."Anonymousnoreply@blogger.com