Ilustração de Edi Guedes
O
homem simples chora
E
morre um pouco a cada dia
Com
a carne que vira carcaça
Com
a ave que prenuncia
A
morte e o mau agouro
O
fim de tudo que se crê
O
homem simples chora
E
morre um pouco a cada dia
Na
lágrima que escorre seca
Na
face rachada, suada
Na
nuvem que é só de poeira
O
homem simples se assombra
Ecoam
no infinito suas preces
Pois
pede aos céus que se apresse
Aos
santos e a virgem Maria
Erguendo
os olhos ao alto
Em
paz com a sua agonia
Constata
e escapa uma lágrima
Há
um céu maior que deus
Há
um céu sem sombra outro dia.
(Yvanna Oliveira)