Da janela gradeada toco a brisa
sussurro sutilezas ao pé do vento
uma formiga beija o tomateiro
a música embala a subida
uma risca de giz azul
corta rasante meu firmamento
um menino cai, chora
por que mesmo, menino?
esqueça a dor
a vizinha escreve cartas de amor
para ninguém
depois me corrige aos berros
(é para todo mundo!)
o céu cai manso
abraça a Terra
eis o senhor alaranjado
despedindo-se cansado
cochilo sobre os braços
e o vaga-lume cochicha:
acorda
já vem a lua
abotoar teu céu
de questões
desagasalhadas.
Yvanna Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário