terça-feira, 12 de junho de 2012

Soneto que nada diz



Para Antonio de Lira

Eu busco, amor, no meu íntimo o que te expresse

O sentimento veemente que me despertas
Mas é em vão, não há versos ou rimas certas
Toda poesia é pequena ao que me parece.

Toda palavra é confusa, logo emudece

Assim que vê o que deve ser traduzido
Então eu calo e te faço só um pedido
Aceite os versos, simplórios. Já anoitece.

E o verso puro que eu quis a mim recusou

Minha agonia já mostra meu insucesso
Eu sinto tanto e não digo. Está bem, confesso:

Sinto-me fraca e sei, pseudopoeta sou

Peço-te entenda a coragem desta aprendiz
Que te oferece um soneto que nada diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário