sábado, 26 de maio de 2012

Espectros

À noite o destino é o mesmo
meu desatino vem desse ócio
impregnado nas rachaduras
que viram fantasmas insistentes
e não cansam de me atormentar

(espectros me perseguem)
estou exausta de cochichar

as paredes do meu quarto
já estão cheias de segredos

meus lençóis não suportam mais
o peso das nascentes
a corredeira das lágrimas secas
o assombro das sombras

 (qualquer hora desnudo)

enquanto coberta,
guardo meu mundo
trancado às chaves secretas
por trás das portas dos fundos
um mundo só, meu

lamento,
faz mais frio a cada dia.

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