sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Meninice

Quando descia a ladeira do açude 
Contava no chão de barro as pedrinhas
Ouvia de Curupira estorinhas
E com o avô caminhava em chão rude.

Na cabeça caldeirão sobre o pano
A menininha a sorrir satisfeita

Achava as férias no sítio perfeitas
Embora a água nem chegasse ao cano.

Vô soprava o machucão do joelho
Ramalhete de flores de açafrão
O céu n’água do açude feito espelho.

Levava sonho e suor pelas mãos
Pintava a vida no barro vermelho
Regava luz no pequeno Sertão.

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