quarta-feira, 31 de outubro de 2012

As flores do dia dois

Brancas e roxas colorem

o cinza da fria lápide

mármore onde se lê:

"Foi puta, sofreu e amou na vida"

A chama da vela clareia

o vento no fogo hipnotiza

a saudade escorre num rosto.


E as senhoras de tantas falácias

viúvas todas horrorizadas

na mesma atmosfera sepulcral

- onde jazem seus senhores -


Grinaldas amarelas

gentes e gentes

velas, mais velas.

Gemidos, sussurros, clamores

gritos em coro de impáfios

às Santas Marias mães de Deus.


No terceiro dia o silêncio

das flores secas sem pétalas

no dia três lugar sem luzes

Cruzes!

... e os moradores, vermes

(todos iguais)

Um comentário:

  1. Legal, muito bom e no estilo do nosso paraibano ilustre augusto dos Anjos, certo?! ^^

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