quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Às mães dos ausentes


Então, as mães sentam-se sob as mangueiras
E contam histórias heroicas de aventuras
A seus filhos ausentes

As nuvens de carneirinhos
Sorriem, desenham no céu
Cambalhotas desajeitadas
Rosas e botões dão-se as mãos
Em folhas que camuflam espinhos
Em tudo o colo e o cuidado
Bendito o fruto aveludado que alimenta
Bendito ventre que dá vida

Ausentes dos que não nasceram
As mães lamentam não poder voar
Enquanto balançam-se sob as grandes asas
De mangueiras que sombreiam os parques e os pais
Cujos filhos sorriem os primeiros passos
Feito aves que ensaiam vôos.

Yvanna Oliveira

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