Quando
a música deixar de ter sentido
E
nem o som do silêncio for sincero
Quando
as contas dos terços, os mistérios
Acumularem-se
em preces inaudíveis
Quando o brilho, a luz do dia não pintar
Quando o brilho, a luz do dia não pintar
E
a noite for sem manto estrelado
Quando
o choro for sempre abafado
Pelos
alardiantes estampidos
Quando
todos propagarem inimigos
E
apontarem dedos sujos a outras faces
Quando
dentre dez mil homens
Existirem
mais covardes
Que
o joio que se mistura ao trigo
Quando
navegar não for mais tão preciso
Quando
o barco seguir sem despedida
Quando
a namorada não sorrir, bonita
Finalizando
a espera demorada
Quando
o beijo intenso e apaixonado
Só
viver nos versos da poesia
Quando
não se ouvirem mais bons dias
Do velho caminhante que segue a estrada
Quando
não houver mais borboletas
Com
seus braços coloridos a se abrirem
Quando
a flor desabrochar sem cintilância
Ou
pior, quando os ipês não mais florirem
Quando
a utopia no horizonte não for bela
Quando
bombardearem as primaveras
E
as pétalas choverem mortas, murchas
Quando
outonos misturarem-se aos invernos
Quando
o mundo parecer mais um inferno
A
arder e congelar em seus mil círculos.
Quando todos sentimentos forem breves
E
viver a ninguém emocionar
Quando
nada nesta vida for sagrado
Pedirei a Deus que, por favor, me leve.
(Yvanna Oliveira)
Simplesmente Impactante e Genial!
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